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Produção de aipim em Itajaí é apresentada no IX Workshop Catarinense de Indicação Geográfica

Trabalho de pesquisadores objetiva reconhecimento para preservação de cultura, patrimônio e cultivo do produto com características únicas do município
Data de inclusão: 18/09/2023 17:10

O trabalho intitulado “Aspectos da produção de aipim em solo de turfa no município de Itajaí, SC: potenciais para identificação geográfica e modelo de produção sustentável” foi apresentado no IX Workshop Catarinense de Indicação Geográfica, promovido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI). O evento aconteceu entre os dias 13 e 15 de setembro, no Planalto Serrano e dependências da Associação Empresarial de Lages (ACIL).

O case apresentado no encontro levanta aspectos de uma área de 300 hectares composta por solo de turfa e localizada nas comunidades agrícolas do São Roque, Rio Novo e Espinheiros. De acordo com o trabalho, o aipim cultivado nessa região resulta num produto diferenciado, com sabor, textura, cozimento e propriedades únicos que podem levar Itajaí a ter uma Identidade Geográfica (IG) reconhecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Conforme o diretor executivo do Planejamento Estratégico do Município de Itajaí (PEMI), Alcides Volpato, que esteve em Lages para a apresentação, o atestado do INPI gera um selo de referência e isso agrega valor intrínseco a um produto que tem identidade própria. Além disso, o reconhecimento garante a proteção aos produtores e à região onde a cultura é desenvolvida, distinguindo-os de outros similares. “Aqui em Santa Catarina temos o caso do Mel de Melato da Bracatinga, produzido na serra e que é um grande exemplo do que esse selo pode representar, pois hoje esse produto genuíno de nosso estado é reconhecido nacional e internacionalmente, tendo 80% de sua produção exportada pela Alemanha e comercializada em toda União Europeia”, destaca Volpato.

A IG é o reconhecimento de um território que detém características únicas e que gera produtos genuínos. O INPI divide a indicação em duas categorias: Indicação de Procedência (ID) e Denominação de Origem (DO). De acordo com o instituto, atualmente, Santa Catarina detém sete selos, sendo dois deles as ID denominadas “Vales da Uva Goethe” e “Vinhos de Altitude”, que produzem vinhos e espumantes; e os demais são as DO “Região de Corupá” para a banana de Corupá, “Campos de Cima da Serra” para o queijo artesanal serrano (inclui parte do Rio Grande do Sul), “Planalto Sul Brasileiro” para o mel de melato da Bracatinga (inclui pequenas porções do Paraná e Rio Grande do Sul), “Região de São Joaquim” para a maçã Fuji e “Planalto Norte Catarinense” para a erva-mate.

Itajaí busca o reconhecimento para a área de turfa como DO, pois além do aipim produzido pelos agricultores desse território, outros produtos, como hortaliças e outros tubérculos, também poderão receber o selo.

A pesquisa aprovada pela banca científica do workshop tem autoria de Alcides Volpato e Evandro Luiz Pasa, ambos ligados ao Planejamento Estratégico do Município de Itajaí (PEMI 2040). Além deles, assinam o trabalho Antônio Henrique dos Santos e Edson Silva, extensionista da EPAGRI de Itajaí e pesquisador da EPAGRI Florianópolis, Marcus Polette e Luciano Torres Tricárico, pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

Sobre o evento:

O IX Workshop Catarinense de Indicação Geográfica é organizado anualmente por uma rede de cooperação e pela EPAGRI. Nesta edição, também aconteceu a VIII Mostra de Produtos Artesanais e Tradicionais, que foi montada junto ao Mercado Público de Lages. É promovido com objetivo de discutir, aprofundar e disseminar a Indicação Geográfica como instrumento de valorização e distinção de produtos, geração de renda, preservação do patrimônio cultural, de desenvolvimento regional multifacetado, organização da produção e criação de valor agregado.

Na edição deste ano, o evento contou com a participação dos conferencistas Prof. Dr. Alberto Ribeiro de Almeida, de Portugal, que falou sobre “Indicações geográficas, sustentabilidade e alterações climáticas”; Prof. Dr. Jean Louis Le Guerroue, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), o qual tratou do tema “IGs e impactos na sustentabilidade: Caso dos Queijos Artesanais”; Profa. Dra. Suelen Carls, da Universidade de Bournemouth, Reino Unido, que abordou sobre “IGs – Mercosul X União Europeia”.

Além das conferências, outros temas foram abordados em mesas-redondas, minicursos e em três Grupos de Trabalho (GT) focados em IG e/ou Produtos Tradicionais. Nos GTs, diversas experiências catarinenses foram apresentadas em cases de apresentação oral ou pôsteres com a presença dos pesquisadores, especialistas, técnicos e produtores envolvidos.

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